Arte: Linda Powell
Quando o mundo se acomoda no sofá, a modernidade chega e
bate na porta.
Não existe tempo para o descanso. Quem dorme perde o trem.
Vira conservador. Um viciado do passado, que transforma nostalgia em nicotina.
Ninguém me engana. Quem fala que o mundo era melhor
antigamente, perdeu o balanço do tempo. Caiu fora da roda da vida. Tenta
compensar criticando a modernidade. Construindo um muro. Mas não adianta. Se o
conservador é muro. A modernidade é grafite.
Conservador gosta de rotina. Tem medo de ser desafiado. Quer
garantir a própria segurança. Não quer ninguém para tirá-lo da sua zona de
conforto. Pelo contrario quer fazer todo mundo se acomodar com ele.
Conservador odeia a modernidade, porque ela tira seu poder.
Ele se sente incapaz ao não conseguir repetir o passado diante de seu futuro.
Especialmente com as crianças.
Antigamente, todas as informações sobre os filhos vinham dos
vizinhos e da escola. E com uma surra e um castigo, os pais podiam controlar o
conhecimento do filho.
Com a internet, controlar o conhecimento das pessoas virou
impossível. Bater e surrar não assusta mais. E o conservador que não aprendeu a
abraçar e conversar. Não vai poder ensinar o mais importante para a criança
saber moldar todo conhecimento que adquire. O amor.
Tenho dó dos conservadores. Afundando no tempo. Querendo
achar a igualdade em um mundo cheio de singulares. Um mundo cheio de gente que
aprendeu a pensar por conta própria. Que se re-desenhou. Gente que era arte
clássica e virou arte moderna.
Arte moderna são as pessoas que querem dar uma segunda
chance ao ser humano. São as pessoas que lutam pelos direitos dos animais. São
os politicamente corretos. As mulheres que amam e gozam. Os homossexuais
passeando de mãos dadas. São os esquisitos.
Arte moderna sempre recebe péssimas críticas no começo. Mas
a modernidade sempre acaba mostrando que ela era uma obra prima depois que o
mundo a aprende.
Publicada no jornal O Farroupilha no dia 25/01/13
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