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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Super Mãe

Nas histórias em quadrinhos, os super heróis geralmente ganham seu poderes ao entrarem em contato com a radioatividade. No mundo real, a única maneira que conheço de ganhar super poderes, é a gravidez.

A gravidez transforma a mulher numa mãe. E todo filho sabe que a mãe é dotada de super poderes.

Mãe tem a capacidade de adivinhar as dores do bebe que ainda não fala, e de saber que alguma coisa está errada com você só pelo som da sua voz. Não importa a idade do filho, ela o olha, avalia seus movimentos, a cor da pele, a entonação da voz, a postura, os olhos, e já recebe um diagnóstico instantâneo sobre suas noites de sono, sobre a comida que anda comendo, e sobre os problemas da sua vida também.

Mãe é o primeiro contato da vida. Ela nos protege antes mesmo de nos conhecer. Nós filhos nunca nos lembramos da primeira vez que a vimos. Mas ela provavelmente ira lembrar para sempre a primeira vez que nos viu. A minha lembra, diz que a primeira coisa que fez foi olhar bem o meu rosto e guardar na memória. Não queria que alguém trocasse seu filho com outro. Faz sentido após nove meses protegendo a vida que se formava em seu corpo.

Filhos podem moldar os super poderes de uma mãe. A minha se viu obrigada a prever o futuro. Com dois filhos do sexo masculino, ela sempre precisou prever os machucados antes que eles acontecessem, claro que nem sempre pode evitar. A mãe sabe que de vez em quando o filho precisa de uma lição.
Ela é capaz de prever o tempo melhor que satélites. É só me ver saindo que já pede: Tu vai ir só assim? Pega um moletom. Eu como sei bem representar um papel de filho, digo: imagina, não precisa mãe. O que a mãe não sabe, é que o filho sempre admite depois: Droga, não é que ela tinha razão. A mãe acerta mais o tempo do que a previsão da TV.

E apesar de todos os avisos dados: Olha guri, não vou falar mais, depois se tu ficar doente não vem chorar pra mim que eu não vou te cuidar. Ela ainda teve que ser médica e enfermeira.

Mãe é antônimo de egoísmo. Divide o amor em partes iguais para seus filhos. Assim como fazia com o resto de suco no meu copo e no copo do meu irmão no café da manhã.

É ela quem acha tudo que está perdido, e que sabe o lugar de todas as coisas da casa. Ela que deixou de comer o último bolinho para deixar para o filho. Que diz que estou magro. Ela que sempre tenta responder a todos chamados de mãe que recebe. Que viu meu cabelo crescer. Que me viu cortar o cabelo. Que entendeu que são coisas da idade. Que me deixou dormindo no sofá mesmo quando eu insistia que só estava descansando os olhos. Que me levava para compromissos e ficava esperando até eles acabarem para poder voltar. Que fica feliz em ver seus filhos felizes. Que escutou minhas primeiras músicas. Que me incentivou a continuar. Que entendeu que eu não quebrei o enfeite por querer. Que preparou o lanche sabendo que o não era na verdade um sim. Que xingou, ensinou, e educou. Que deu carinho, atenção, e amor.

É claro que nos quadrinhos, os super heróis protegem o mundo com seus poderes. Mas na vida real não é tão diferente assim, afinal elas usam os poderes delas para proteger os filhos, e se perguntar o que os filhos são para elas, elas dirão que os filhos são o mundo delas.

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